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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

INEM – Utilização de Motos

Mais um grande exemplo da mobilidade das motos em cidade e trânsito muito condicionado, desta vez para salvar vidas. Vale a pena ler a notícia e constatar as vantagem da emergência em moto.

O uso de motas em situações de emergência médica permite socorrer mais rapidamente as vítimas, principalmente em zonas com congestionamento de trânsito, conclui um estudo realizado a partir de um projecto-piloto do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).


O estudo, publicado na última edição do American Journal of Emergency Medicine, analisou a capacidade de resposta de motas na emergência médica pré-hospitalar a partir da experiência de médicos do INEM no Porto, salientando que a rapidez da resposta na emergência médica é um factor importante para determinar o prognóstico da vítima, mas o tempo de chegada é muitas vezes condicionado pelo trânsito.

Miguel Soares de Oliveira, um dos autores, explicou que este estudo «sugere à comunidade científica mundial que este pode ser um meio para usar em locais onde existe congestionamento de trânsito, especialmente quando a situação é emergente e é necessário um meio que se desloque o mais rápido possível, sendo também uma forma de gerir melhor os recursos disponíveis».

«Estas motos estão equipadas com pequenas malas laterais com material de emergência igual a uma ambulância, excepto na maca», disse Miguel Soares de Oliveira, salientando que «podem realizar o mesmo tipo de abordagem inicial que uma ambulância, com a vantagem de ser um meio mais rápido para circulação».

O projecto-piloto do INEM foi estabelecido em Lisboa e no Porto em Julho de 2004 e tem reduzido os tempos de resposta, chegando mais rápido às vítimas em zonas de congestão de trânsito, tirando vantagem do reduzido tamanho e versatilidade deste veículo.

As conclusões do trabalho baseiam-se nas 1.972 chamadas a que respondeu a moto de emergência médica no Porto entre Julho de 2004 e Dezembro de 2005.

Relativamente ao universo analisado, as motos chegaram antes dos outros veículos em 63% dos casos e em 18% deles (355 casos) não foi necessário enviar para o local outro tipo de transporte, concluindo o estudo que as motos de emergência médica podem intervir numa grande variedade de situações clínicas com resposta mais rápida garantida.

As razões para as 1.972 saídas de emergência da moto no Porto foram doença súbita (868 casos - 44%), trauma (419 - 21%), intoxicação (96 - 5%) e apoio a outros veículos de primeiros socorros (63 - 3%).

Entre os socorros prestados, as acções mais frequentes foram a administração de oxigénio (626 casos - 48%), a imobilização (118 - 9%) e controlo de hemorragias (101 - 8%).

«Há estudos no sentido de que a triagem telefónica ao nível da emergência é insuficiente e em situações específicas as motos permitem ir verificar de forma segura e eficiente qual a melhor gestão dos veículos de emergência a enviar para o local e dar logo os primeiro-socorros a eventuais vítimas», realça Soares de Oliveira, sugerindo ainda o seu uso em casos de perigo de vida.

O autor realça que o recurso à emergência médica motorizada «funcionaria sempre num sistema integrado», em complemento dos meios tradicionais, como ambulâncias e helicópteros.

Miguel Soares de Oliveira salienta que o meio é seguro, os condutores têm fatos especiais de protecção, treino em emergência médica, desfibrilhação e condução de motos.

O sistema já é usado em alguns Estados dos EUA e na Grécia e o modelo português já foi copiado recentemente na Noruega, estando a funcionar em Oslo.

O trabalho foi desenvolvido pelos médicos Miguel Soares de Oliveira, Paula Egipto, Isabel Costa, Luís Manuel Cunha Ribeiro.

Fonte: diariodigital.sapo.pt e inem.pt

1 comentário:

Anónimo disse...
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